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domingo, 18 de março de 2012

Poemas - Victor Hugo





Poemas - Victor Hugo

Autor: Victor Hugo
Edição /Reimpressão: 2002
Páginas: 64
Editor: Assírio & Alvim
Selecção e Tradução: Manuela Parreira da Silva


Gostei muito de ler este livro! Aqui ficam três poemas... :)


Qual é o fim de tudo? a vida ou a tumba?

Qual é o fim de tudo? a vida ou a tumba?
A onda que nos sustém? ou a que nos afunda?
Qual a longínqua meta de tanto passo cruzado?
É o berço que embala o homem ou é o seu fado?
Seremos aqui na terra, nas alegrias, nos ais,
Reis predestinados ou simples presas fatais?

Ó Senhor, responde, responde-nos, ó Deus forte,
Se condenaste o homem apenas à sua sorte,
Se já no presépio o calvário se anuncia
E  se os ninhos sedosos, dourados pela manhã fria, 
Onde as crias vêm ao mundo por entre flores,
São feitos para as aves ou para os seus predadores.

24 de Março de 1837


As minhas duas filhas

No fresco claro-escuro da bela tarde que tomba,
Uma me lembra um cisne, e a outra uma pomba,
Muito belas, muito alegres, ó suavidade!
Vede, a irmã mais velha e a de menos idade
Sentadas junto ao jardim; e para as duas olhando,
Um ramo de cravos brancos, com os caules pousando
Num vaso de mármore, agitado pelo vento,
Sobre elas se inclina, imóvel e atento,
E tremendo na sombra, parece, assim curvado,
Um voo de borboletas em êxtase parado.

La terrasse, perto de Enghien, Junho de 1842



Unidade

Por cima do horizonte de colinas sem cor,
O sol, essa flor de infinito esplendor,
Se inclinava sobre a terra à hora do poente;
Uma humilde margarida, no campo florescente,
Sobre um muro cinzento, entre a aveia a vibrar,
Branca, sua cândida auréola faz desabrochar;
E a pequenina flor, sobre o seu velho muro,
Fixamente olhava, no eterno azul tão puro,
O grande astro que a luz imortal envia.
- E eu, eu também tenho raios! - lhe dizia.

Granville, Julho de 1836


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