Compreendendo melhor como viver a Terceira Idade, na opinião da Terceira Idade
"Nesta semana, por força e necessidades burocráticas estive no
1o cartório de Campinas. A princípio um pouco contrariado, afinal como
médico e pesquisador poderia estar cuidando de assuntos que me atraem
mais. Enquanto esperava “os papéis caminharem “aproveitei para dar um
abraço no meu amigo Dito Campanhone. Aconteceu de Dito e eu engatarmos
uma conversa com Miguel Macho Gabes, um jovem senhor de 78 anos,
ex-inspetor de construção civil — atual filantropo militante da Loja
Inconfidência. Na nossa agradável conversa, o Sr. Miguel Galbes me
passou uma visão de como se comportar bem perante a vida no período da
terceira idade, tendo ele um espírito sábio e menino aos setenta e oito
anos, achei que seria uma boa ideia passar esses conselhos adiante. Aí
vocês têm as reflexões do Sr. Galbes:
“Ninguém, por ser muito velho, deve considerar-se um ‘inútil’ e aos
anos vividos não concedam o direito de mostrar-se desanimado e
desagradável. Para os velhos que, como os jovens, costumam enganar-se
com muita frequência, ofereço, humildemente, estes dez conselhos”.
1º. Conselho do Sr. Galbes: Não renuncie às tuas ocupações muito cedo. A maior parte dos “Anciões”
cruzam os braços quando ainda possuem energia suficiente para a luta,
sem compreender que a atividade é “Vida”. O verdadeiro elixir da
juventude eterna é o dinamismo, que não permite que envelheçam os que
executam um trabalho, com habilidade e prazer. Muitos velhos chegam a
converter-se numa praga entre os seus porque, não tendo ocupação e
interesses próprios, acabam se metendo nos assuntos dos outros. Com essa
intromissão impertinente e oficiosa, procuram fugir da falta do que
fazer.
2º. Conselho: Não mores com teus filhos. Tenhas teu próprio Lar, mesmo que seja somente um “quartinho”. Ali poderás fazer o que quiseres e gozar de “Liberdade e Independência”, ao invés de ser obrigado a andar na ponta dos pés para evitar atritos desagradáveis com “noras”, “genros”, “netos”, “teus filhos” e tantos outros “parentes”. Os pais que renunciam ao seu Lar para aceitar o do filho não apreciam a sua felicidade nem a dele.
2º. Conselho: Não mores com teus filhos. Tenhas teu próprio Lar, mesmo que seja somente um “quartinho”. Ali poderás fazer o que quiseres e gozar de “Liberdade e Independência”, ao invés de ser obrigado a andar na ponta dos pés para evitar atritos desagradáveis com “noras”, “genros”, “netos”, “teus filhos” e tantos outros “parentes”. Os pais que renunciam ao seu Lar para aceitar o do filho não apreciam a sua felicidade nem a dele.
3º. Conselho: Mantenhas
o governo de tua bolsa. Ajuda a teus filhos financeiramente, na medida
de tuas posses, mas reserva-te sempre uma parte do teu dinheiro. Não
cometas o erro de ceder a teus filhos todos os teus bens em troca da
promessa de que cuidarão de ti. Um bom filho não permitirá isso e um
filho ambicioso é mais temível do que um inimigo. Não esqueças que na
velhice, o melhor amigo é um dinheiro bem guardado.
4º. Conselho: Cuida
de tuas amizades velhas e não desdenhe as novas. Os amigos nos oferecem
um bom meio de alegrar a solidão. Cultiva a arte da amizade como uma
planta rara, com os melhores cuidados. Mostra-te atento às pessoas que
conheces e procures não esquecer as datas importantes de suas vidas.
Anote numa pequena agenda sentimental. Alegra-te com suas alegrias,
acompanha-os nas suas tristezas e nunca precisarás queixar-te de estar
demasiadamente só.
5º. Conselho: Cuida
da tua aparência e trata de mostrar-te sempre o mais atraente possível.
Muitos velhos pensam que a idade lhes concede o privilégio de
vestirem-se de qualquer maneira e até de descuidarem-se dos preceitos
elementares de higiene. Esquecem-se dos alfaiates, modistas,
cabeleireiros, barbeiros. Exibem caspa na gola do paletó e manchas de
gordura na camisa revelam o cardápio da semana. Alguns chegam mesmo a
desprezarem o uso de água e sabão.
6º. Conselho: Se
teus parentes moram distantes, restam-te os vizinhos. Um bom vizinho é
um tesouro e como tal devemos descobri-lo e cuidá-lo. Se quiseres que
teu vizinho se preocupe contigo amanhã e, se caíres doente, possa
levar-te o clássico “copo d’água”, preocupa-te com ele hoje e
demonstra-lhe que podes ser útil de várias pequenas maneiras. Teu gesto
amigo poderá ser retribuído no momento que mais necessitares.
7º. Conselho: Não
tentes dirigir, sob qualquer pretexto, a vida de teus filhos adultos.
Eles são seres com cérebro, coração, vontade e com muitos anos para
cometerem seus próprios erros e adquirirem experiência. Lembra-te que o
fato de que os pusestes no mundo não implica que eles sejam
necessariamente iguais a ti. Dá-te conta que eles possuem gostos,
inclinações, hábitos e inteligência própria e que os tempos mudaram.
Muita coisa que na tua juventude era considerada sensata, hoje é
encarado como ultrapassada e, em alguns casos, até mesmo estupidez. Não
dê palpites, reserva-te o direito de responderes quando perguntado e
serás ouvido.
8º. Conselho: Não
te deixes dominar pelo vício mais comum da velhice que é a “Presunção”.
Não és um sábio somente porque fizeste oitenta anos. Podes ter vivido
esse tempo sem acrescentares sabedoria ao teu viver e chegas ao fim da
tua jornada tão estúpido como no início dela. Se realmente cresceste,
deixes que a Humildade seja tua marca mais forte.
9º. Conselho: Não creias que tua idade avançada te
concede o direito de mostrar-te desagradável. Evites o mais possível ser
um desses velhos rabugentos, mal humorados, ásperos, cujas famílias não
conhecem um minuto de paz… Lembra-te que toda paciência tem limite e
que não há nada de agradável em desejarem nossa morte. Nem para eles nem
para ti.
10º. Conselho: Não
sejas “PALIFICANTE”. Não contes a mesma história três, quatro, cinco
vezes, se não queres que se afastem de ti. Guarda tuas memórias e
reminiscências e não as evoque a cada momento, esperes que a solicitem.
Aprendas a apreciar o silêncio e, enquanto puderes “LER”, não tens
necessidade de enfastiares os outros com tua conversa repetitiva."
Dr. Conceil Corrêa da Silva
Médico Psiquiatra, Escritor e Presidente da Associação Brasileira de Estudos das Inteligências Múltiplas e Emocional® (ABRAE)
Médico Psiquiatra, Escritor e Presidente da Associação Brasileira de Estudos das Inteligências Múltiplas e Emocional® (ABRAE)
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