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domingo, 13 de maio de 2012

Operador Telemarketing – O Lado Negro






"...Agora desafio-vos a colocarem-se na posição do operador de telemarketing! Pela minha experiência, dado que trabalho nisto há um ano, posso afirmar que em mais de metade das chamadas que efectuamos, uma das seguintes situações ocorre:

    Somos alvo de chacota, quando tentam “despachar-nos” usando as mais variadas estratégias, como acima mencionei. Mentir não faz com que deixem de ser contactados, até porque, a maioria das vezes, nos apercebemos de que o fazem, pela forma ridícula como mentem.

    Somos insultados, quando estão saturados de chamadas de telemarketing, ou manifestam o seu desagrado relativamente à empresa em questão. É compreensível reclamar quando há motivo para a insatisfação, porém também é preciso saber fazê-lo e ter consciência de que nós estamos a fazer o nosso trabalho enquanto vendedores.

    Desta forma, é importante dizer que provavelmente o operador de telemarketing odeia tanto o seu trabalho como quem é incomodado com a chamada.
O Operador de Telemarketing na Central

Por outro lado, assisto frequentemente à desvalorização do telemarketing enquanto emprego. Apesar de não necessitar de esforço a nível físico, exige bastante a nível psicológico. Imaginem-se numa sala durante 4 horas (no mínimo) rodeados de vozes que constantemente gritam pedindo vendas, exigindo o cumprimento de um objectivo por hora (por ex.: 5 vendas/hora). Agora somem o facto de ocasionalmente, dependendo do número de vendas efectuadas nas primeiras duas horas de trabalho, a responsável da equipa de telemarketing impedir-nos de fazer uma pausa de 15 minutos (à qual temos direito, para comer, etc).

    Pergunto-me: “Regressei à escola primária, onde me punham de castigo quando me portava mal?”.

Durante o tempo em que realizamos chamadas, ouvimos dezenas de vozes, sobretudo de pessoas extremamente antipáticas, pois raros são os clientes que nos deliciam com simpatia e amabilidade. E mesmo esforçando-nos minuto a minuto para vender, rebatendo objecções, argumentando numa “luta” permanente com o cliente, se ouve uma chefe de equipa dizer:

    “Livrem-se de não cumprir o objectivo… Estou a avisar!” ou em tom sarcástico “O que é que vos falta para vender? Já não é da lista que estão a contactar, pois é nova e de clientes acessíveis, o sistema está a funcionar bem, portanto o problema agora é dos comunicadores!”.

Absolutamente nada neste discurso me motiva, me dá ânimo, me dá vontade e me faz acreditar que consigo e que vou vender! Acreditem, é preciso ser-se dotado de bastante calma e paciência e de uma incrivel resistência psicológica ao stress e pressão, para trabalhar nesta área. Somos constantemente testados a esses níveis, principalmente quando precisamos de trabalhar (tendo em conta os tempos difíceis que atravessamos), quando somos estudantes universitários, sendo a vida académica exigente para aqueles que pretendem efectivamente a lincenciatura, e quando vivemos diariamente com a pressão de vender. Se não aguentar-mos, corremos o risco de pertencer à estatística de desempregados em Portugal. :("

Tomé M.

Publicado em 12  Mai 2011

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