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domingo, 5 de maio de 2013

... e a bandeira continua ao contrário...


Crónicas do Sabiah-Laranjeira

˙˙oıɹɐɹʇuoɔ oɐ ɐnuıʇuoɔ ɐɹıǝpuɐq ɐ ǝ...

"Nas comemorações do dia da Implantação da República do Passaral, 1 de outubro de 2012, uma situação inusitada abalou a nação dos pássaros; o hastear da bandeira da nação feito pelo presidente o Falcão-Peregrino. A Bandeira estava ao contrário, de ponta-cabeça, de pernas para o ar, de cabeça para baixo. Uma indignação tomou conta de todos.
Comecei eu , então, a pensar se não estaria de certa forma a Bandeira de acordo com o que vive a nação neste últimos tempos. Como sou um pássaro afeiçoado à matemática, logo vieram mas contas em minha mente, que mostram como estamos mesmo de pernas para o ar. Fiz um comparativo sobre a situação económica do país no último ano, já que foram impostas medidas de austeridade que visavam restaurar as coisas.
Pensem comigo:
- Em 2011 o governo havia arrecadado, até setembro, cerca de 25 mil milhões de euros em impostos sobre a produção (IRC, IRS, IVA). Em 2012, até setembro, arrecadou cerca de 19 mil milhões.

- Em 2011, até *setembro, as contribuições para a Segurança Social atingiram 18 mil milhões de euros. Em 2012, mesmo período, 15 mil milhões apenas.
-Em 2011 os gastos com os subsídios (desemprego, inserção, doença) foram de 2,2 mil milhões de euros. Até o momento, em 2012, está nos 3 mil milhões de euros.

- Em 2011 os impostos com combustíveis renderam, até setembro, 4 mil milhões de euros. Em 2012, mesmo período, estava nos 3,5 mil milhões.

- As despesas do Estado, em setembro de 2011, atingiram 58 mil milhões de euros para uma arrecadação de 55 mil milhões (deficit de 3 mil milhões). Em 2012, mesmo período, as despesas chegaram a 56,5 mil milhões para uma receita de 52 mil milhões (deficit de 4,5 mil milhões).

Bem o governo se gabou de ter feito cortes significativos nas despesas. Do contrário o deficit seria muito maior. Mas onde foram feitos tais cortes?
Na educação, na saúde, nas garantias sociais e afins. Nunca numa redução efetiva das despesas na máquina administrativa, quer com o excesso de pessoal, quer com os gastos públicos supérfluos.
A compensação pela redução na arrecadação dos impostos foi feita no aumento das taxas administrativas, na retenção dos subsídios (50%) dos trabalhadores do sistema privado e no aumento dos preços dos serviços fornecidos pelo estado.
Então me pergunto a mim mesmo:
A nossa indignação será só por conta de uma bandeira ao contrário?"

Sabiah Laranjeira







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